Cianobactérias são microorganismos procarióticos, isto é, tem estrutura celular que corresponde a célula de uma bactéria. São fotossintetizantes, apresentando fotossistemas I e II mas sem estar organizados em cloroplastos, como as plantas. Devido a presença destes pigmentos ricos em clorofila, ficocianinas e ficoeritrinas, foram por muitos anos chamadas de algas cianofíceas.
Algumas gêneros são fixadores de Nitrogênio atmosférico (N2) enquanto outros produtores de hepatoxinas ou neurotoxinas. As cianobactérias são indivíduos muito antigos e os seus fósseis são datados de períodos muito distantes no pré-cambriano.
Uma grande flexibilidade a adaptações bioquímicas, fisiológicas, genéticas e reprodutivas, garantiram aos organismos a sua perpetuação na superfície terrestre e a sua distribuição em diversos ambientes terrestres, aquáticos (de rios, estuários e mares) e na interface úmida da terra com o ar (rochas, cascas de árvores, paredes, telhados, vidros, etc.).
As cianobactérias no ambiente podem ocorrer de forma unicelular, isto é, de vida resumida a uma célula solitária, como nos gêneros Synechococcus, Aphanothece e Aphanocapsa.
Podem também serem unicelulares coloniais como Microcystis, Gomphospheria e Merismopedium ou apresentarem as células organizadas em uma unidade em série, o filamento como Oscillatoria, Planktothrix, Anabaena e Cylindrospermopsis.
Algumas células do filamento podem ainda diferenciar-se de células vegetativas (as fotossintetizantes) em acinetos (células de resistência e reprodutivas) ou em heterocitos (células de fixação de N2).
Igualmente, esta grande flexibilidade também nos permite isolá-las e mantê-las em cultivos com certa facilidade. Assim, um banco de cultivos, ou coleção de cepas, permite-nos ter exemplares destas diferentes características acima, além daqueles produtores das cianotoxinas: saxitoxinas e microcistinas.
Vide abaixo a relação de cianobactérias existentes no Banco de Cultivos do Laboratório de Cianobactérias e Ficotoxinas.
Nome | Código | Meio | Origem | |
01 | Anabaena cylindrica | PCC 7120 | BG-11 | Instituto Pasteur/FRA |
02 | Anabaena cylindrica | PCC 7120 | BGN | Instituto Pasteur/FRA |
03 | Anabaena variabilis | ATCC 29413 | BG-11 | American Type Cult Coll./ EUA |
04 | Anabaena verrucosa | RST 8701 | BG-11 | Taim/ RS/ BRA |
05 | Aphanothece | RSMan 92 | BGN/3 | Saco da Mangueira/ RS/ BRA |
06 | Calothrix brevissima | RRSAz 8603 | VB-S | Marisma/L. Patos/RS/ BRA |
07 | Mastigocladus | RAL | BGN | Univ. Dundee/ ESC |
08 | Microcystis | PCC 7813 | BGN/2 | Instituto Pasteur/ FRA |
09 | Microcystis | PCC 7820 | BGN/2 | Instituto Pasteur/ FRA |
10 | Microcystis | RST 9501 | BGN/2 pH 8 | Torotama/L. Patos/ RS/ BRA |
11 | Nostoc | PCC 7423 | BG-11 | Instituto Pasteur/ FRA |
12 | Nostoc | RSAz 8601 | VB-S | Arrozal Embrapa/ Pel./ BRA |
13 | Nostoc | RSAz 8603 | BG-11 | Arrozal Embrapa/ Pel./ BRA |
14 | Nostoc | RSJ 8501 | VB-S | S. Justino/ L. Patos/ RS/ BRA |
15 | Nostoc canina | - | BGN | Univ. Dundee/ ESC |
16 | Nostoc muscorum | RSJ 8801 | BG-11 | S. Justino/ L. Patos/ RS/ BRA |
17 | Nostoc punctiforme | RSJ 8502 | VB-S | S. Justino/ L. Patos/ RS/ BRA |
18 | Oscillatoria-red | - | BGN | Univ. Dundee/ ESC |
19 | Phormidium | - | BGN | Univ. Dundee/ ESC |
20 | Spirulina geitleri | PCC 7345 | BGN | Instituto Pasteur/ FRA |
21 | Synechocystis | PCC 6714 | BGN pH 8 | Instituto Pasteur/ FRA |
22 | Xenococcus | PCC 7306 | BG-11 pH 8 | Instituto Pasteur/ FRA |
23 | Microcystis | RSP 9901 | BGN/2 pH 8 | Ilha da Pólvora/ RG/ RS/ BRA |
24 | Anabaena sp | RSLB 0201 | ASM-1 pH 7,7 – 7,9 | Lago dos Biguás/ FURG/ RS/ BRA |
25 | Microcystis | NPJL-4 | BGN/2 | Rio de Janeiro/ BRA |
26 | Pseudoanabaena | - | BGN/3 | Represa Alagados/ PR/ BRA |
27 | Raphidiopsis | - | BGN | Lago do CC/ FURG/ RS/ BRA |
28 | Raphidiopsis | - | ASM-1 | Lago do CC/ FURG/ RS/ BRA |
29 | Cylindrospermopsis raciborskii | T3 | ASM-1 | Represa Billings/ SP/ BRA |
30 | M. botrys | 759 | ASM-1 | CENA |
31 | M. protocystis | 697 | ASM-1 | CENA |
32 | Microcystis | BCC USP 03 | BGN | USP/ SP/ BRA |
33 | Planktrotrix | - | BGN/2 | Lagoa do Peixoto/ RS/ BRA |
34 | Aphanothece stagnina | RSMan 2012 | BGN/3 | Saco da Mangueira/ RS/ BRA |
A coleção de cepas de cianobactérias do LCF está registrada e faz parte da WORLD FEDERATION OF CULTURE COLLECTIONS desde 09/02/2015, disponível no site do WDCM: www.wfcc.info/ccinfo/index.php/collection