Um edital de políticas públicas que deu “ muito certo”.
Criado como um Projeto de Políticas Públicas para concorrer ao edital 01/1999, processo 99/0562.3 da FAPERGS, o Programa AGUAAN da FURG tinha como parceiros diretos e co-responsáveis pela sua aplicação as empresas DAEB (Bagé-RS), SANEP (Pelotas-RS), DMAE (Porto Alegre-RS) e CORSAN (393 outros municípios do estado do Rio Grande do Sul). O Programa AGUAAN tinha como objetivos criar estruturas analíticas no Estado do Rio Grande do Sul para que se colocasse a disposição as análises de cianotoxinas necessárias pela, então, recém-aprovada Portaria 1469 do ano de 2000 do MS. Previa-se a aquisição de um aparelho para análise das cianotoxinas, na época o mínimo suficiente era um cromatógrafo líquido com detecção de ultravioleta e fluorescência. Infelizmente os recursos concedidos e pela FAPERGS alcançaram sómente a 75% do solicitado, e não seriam suficientes para provocar a arrancada toda e mostrar no curto espaço de 12 meses que seria possível centralizar-se as análises de cianotoxinas em um único laboratório estadual. Coube a Diretora Financeira da FAPERGS na época, Profa Janice D. de Castro a sugestão que solicitasse as empresas parceiras uma contrapartida, mesmo que isto não estivesse previsto quando da elaboração de Projeto. Apesar de toda a estranheza e desconforto que tal condição nos trouxe, foi com enorme surpresa e satisfação que recebemos “de pronto” um afirmativo “sim” de parte da CORSAN. Na época o Eng. Ricardo Noll avançou e colocou a nossa disposição um contrato paralelo que completava a solicitação inicial do Projeto do Edital 01/1999. Foi assim que começou o AGUAAN: sigla que representava Agilização do Gerenciamento para Utilização de Águas com Algas Nocivas.
No primeiro ano efetivamente houveram reuniões e monitoramento de cianobactérias (algas) nocivas nos mananciais de interesse das 4 empresas do estado. Passado este primeiro ano, não havia como o laboratório da FURG (uma Instituição de Ensino) pudesse arcar com todas as despesas analíticas do Programa. Sendo assim, a partir de 2002 ficou apenas concentrado o trabalho naquela parceria que permitiria a maior cobertura geográfica do estado do Rio Grande do Sul – a CORSAN. Logo em 2002, a empresa municipal de águas de Caxias do Sul – também aderiu a parceria do Programa e passou a contar com as análises de cianotoxinas de forma direta e semanal. No ano seguinte (2003), motivados pela freqüente ocorrência de florações de cianobactérias (algas nocivas) nos mananciais de Curitiba, a SANEPAR (empresa estadual de águas do Paraná) assinou convênio com a FURG para incluir no seu laboratório biológico, os resultados das análises de cianotoxinas nas águas de abastecimentos dos municípios de sua cobertura. Assim, durante 4 anos entre 2003 a 2006, a UPC-FURG extendeu através do AGUAAN a sua capacidade analítica ao estado do Paraná, realizando mais de 100 análises de cianotoxinas nas águas daquele estado. Ainda para o estado do Paraná, o Programa AGUAAN DA UPC-FURG também extendeu ao controle do manancial (Rio Verde) da Refinaria Araucária da Petrobrás, o controle de cianobactérias e cianotoxinas na água fornecida a Refinaria. Este trabalhou estendeu-se entre meados de 2005 e 2007.
Trabalho idêntico com mananciais para abastecimento de Refinarias também foi realizado no estado do Rio Grande do Sul, na captação no Rio dos Sinos da REFAP – Refinaria Alberto Pasqualine, do consórcio Petrobrás-Repsol. No inicio no ano de 2005, a Refinaria encontrava-se em plenas obras de expansão para utilização de Petróleo extraído no litoral brasileiro. A água analisada, era fornecida a mais de 5.000 funcionários permanentes e temporários da obra. O auge deste trabalho de monitoramento da captação do Rio dos Sinos, foi o Projeto de Recuperação da Qualidade da Água do Lago intermediário da captação, através da remoção de animais e colocação de plantas aquáticas. Este trabalho do AGUAAN junto a REFAP durou oficialmente até o inicio de 2009. Apesar do curto espaço de tempo, este convênio propiciou o grande retorno técnico de aprendizado aos alunos da FURG. Dois estágios acadêmicos de 6 meses cada foram propiciados a alunos dos cursos de Oceanologia e Biologia e três trabalhos de conclusão de curso e uma publicação cientifica foi obtida deste convênio.
Como a maior prova da expansão geográfica do Programa AGUAAN, no ano de 2003 o Reitor da FURG, Prof. Carlos Rodolfo Brandão Hartman, assina convênio com Empresa de Águas do Estado de São Paulo – SP, para extender o monitoramento do AGUAAN a maior cidade do País. De 2003 a 2005 foram mais de duas centenas de análises realizadas em amostras dos mananciais de interesse da SABESP na capital SP e interior do estado.Reuniões semestrais foram realizadas e a transferência analítica através de treinamento especifico para análises de cianotoxinas foi realizada aos técnicos da SABESP.
Neste, período entre 2003 e 2007, o laboratório da UPC onde o Programa de Extensão: “ o AGUAAN” se aplicava conseguiu dar cobertura analítica e garantir o controle de cianotoxinas nas águas fornecidas a quase 40 milhões de brasileiros.
Isto tudo, durante 10 anos, sem comprometer as análises realizadas no estado do Rio Grande do Sul e inclusive contando com mais de uma centena de amostras “avulsas” enviadas por empresas de abastecimento municipais , empresas de alimentos, de controle ambiental e de segurança públicas.
Hoje, anos de 2009-2010, os profissionais do Programa AGUAAN tem dois representantes da FURG nas reuniões da Revisão da Portaria da Potabilidade da Água em Brasília e assessora diversas agências e órgãos federais nas questões da Potabilidade da Água referentes a cianobactérias e cianotoxinas. Quanto a capacidade analítica o laboratório duplicou e aprimorou a sua capacidade.
Somos extremamente gratos a FAPERGS, a CORSAN e a FURG, principalmente a sua fundação de apoio - a FAURG, que conseguiu de maneira eficiente, transparente e objetiva administrar os recursos do Programa nestes 10 anos. Com isto conseguimos provar e principalmente, convencer-nos do verdadeiro significado de uma “ Política Publica “ e o quanto ela pode alcançar de retorno em todos os âmbitos.
Equipes do AGUAAN: 2000 - 2010
- Na Unidade de Pesquisas em Cianobactérias:
Coordenador: João Sarkis Yunes – Oceanólogo
Nérile Troca da Cunha - Química
Ana Hilda Romero – Química
Wilson A. Colvara – Químico
Patrícia Costa – Enga. De Alimentos
Sabrina de La Rocha – Química
Janaina de Castro Leão – Bióloga
Rui Alves Medeiros Sobrinho – Químico
Mariana Bif - Oceanologia (acadêmica)
Gabriela A. Kolb – Oceanóloga
- Na CORSAN:
Ricardo Noll – Eng. Químico
Catarina de Lucca de Lucena – Engª. Química
Marinho Emílio Graff – Eng.químico
Ivone Marli Mendes – Bióloga
Stella Maris Conte – Bióloga
Ivan Lautert – Eng.químico
Áurea Teresinha Giordani - Bióloga
Andrea Vidal dos Anjos - Farmacêutica Bioquímica
Carla Cristine Muller – Bióloga
Juliana Karl Frizzo – Bioquimica
- No SAMAE (Caxias do Sul-RS):
Fernanda Ballardin Spiandorello (Engª. Química)
Vanessa Becker - Bióloga
Rovana Sussella - Bióloga
Graziela R. P. Monçani - Bióloga
Renivo Girardi - Eng. Químico.
- Na REFAP (Canoas- RS):
Gisleide Marchetto - Engª. quimica
Ézio Slongo – Eng. Elétrico
João Ademar Sarmento - Eng Mecânico
Leonardo Bastos – Técnico em química
Sandra M. Balbinot - Técnica em química
Cátia Regina Machado - Bióloga
Loretta Alaniz Rodriguez – Oceanóloga (estagiário FURG)
Claúdio Rossano Trindade - Biólogo (estagiário FURG)
- Na SANEPAR (Paraná):
Claudia Vittola Pacheco - Bióloga
Sônia Maria Farias - Bióloga
Fabricio Oroski - Técnico Quimica
Carneiro - Eng. Agronomo
Cleverson Andreoli – Eng. Agrônomo
- Na SABESP (São Paulo):
Vilma Kazumi Okamoto Rivelino Bióloga
Lígia Marino - Bióloga
Ana Lucia Szajubock - Bióloga
Celina Emika Sawada - Bióloga
Osmar Rivelino - Biólogo